quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Chuva deixa cenário de guerra em Friburgo!

Temporal chega hoje ao Noroeste e Norte do Rio. Somente 17 municípios têm plano de redução de riscos de tragédias naturais

Rio -  Em 24 horas, de segunda-feira até esta terça-feira, choveu na Região Serrana o equivalente ao que era esperado para todo mês de novembro. Em Trajano de Moraes, um homem de 27 anos está desaparecido e 120 pessoas estão desabrigadas.
Em Nova Friburgo, as 35 sirenes de alerta máximo soaram em 24 comunidades para que todosmoradores deixassem suas casas. Tocaram às 9h10 e de novo às 19h. Houve deslizamento de terra ferindo dois no Morro Três Irmãos, onde os imóveis estavam interditados mas continuavam habitados.
Ricardo Ribeiro, 40 anos, segurança, que mora há dois anos lá, foi um dos feridos. Ele foi atingido na cabeça sem gravidade: “A terra tremia. Comecei a correr desesperado. 
Ao todo, foram registradas 20 ocorrências de escorregamento de terra e 12 casas foram atingidas — a maioria ficou totalmente destruída.
De acordo com mapeamento da Defesa Civil, o município tem 40 áreas de risco com 90 encostas que apresentam perigo de deslizamento em caso de chuva forte.
Por medidas de segurança, cerca de 500 casas no Morro Três Irmãos foram desocupadas pela Defesa Civil. Parte dos moradores foi para casa de parentes e outra parte se dividiu em dois abrigos da prefeitura de Friburgo.
De acordo com os bombeiros, por causa do mau tempo, todas as casas vão permanecer interditadas pelos próximos três dias. O Fórum, no bairro Village, encerrou suas atividades para receber possíveis desalojados.
Quarenta pessoas passaram por pontos de apoio da cidade. Bom Jardim, Teresópolis e Santa Maria Madalena também sofreram com o temporal.
Aluguel de casa interditada
Famílias que deixaram suas casas nas áreas de risco no Morro Três Irmãos teriam alugado pela metade do valor moradias que, há um ano, estavam interditadas pela Defesa Civil.
Para ludibriar os inquilinos, os donos das casas apagaram a marcação da Defesa Civil. A denúncia foi feita pelo órgão.
O ajudante de caminhoneiro, Josiel de Oliveira, 35, pagava R$ 450 pelo aluguel no alto do morro. “Há dois meses deixei de pagar, com medo de um deslizamento de pedra. Agora estou morando com minha irmã”, conta.
Noroeste também é preocupação
Além da Região Serrana, a preocupação também é com municípios do Noroeste Fluminense. Laje do Muriaé é a cidade que, até esta terça-feira, registrava o maior índice de chuvas.
“O Noroeste preocupa porque há previsão de chuvas e também pelo temporal que caiu em Minas Gerais e encheu o Rio Muriaé”, afirmou o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões.
Segundo o coronel, houve alagamentos ontem em cinco comunidades de Teresópolis: Pimentel, Rosário, Perpétuo, Fonte Seca e Quinta Lebrão. Pela manhã, foi registrado escorregamento de terra, mas sem feridos.






Cheia põe 11 rios em estado de alerta. Chove nesta quarta no estado
Seis rios na Região Serrana — Bengalas, Córrego D’antas, Grande, Cônego, Santo Antônio e Ribeirão São José — e cinco na Região Norte e Noroeste — Muriáe, Carangola, Pomba, Itabapoana e Paraíba do Sul — estão em estado de alerta por causa das cheias. Os dados são do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea).
Segundo o órgão, o total previsto inicialmente para o mês inteiro nos municípios do estado era de 100 milímetros. O volume de chuvas em Bom Jardim chegou a 183,2 milímetros.
Em Friburgo, próximo à ponte Dona Mariana, foi de 144,6; em Teresópolis foi de 98,6 e em Petrópolis, 72,8. Nesta quarta-feira, segundo o Climatempo, para a Região Serrana é de céu nublado e chuva leve, garoando o dia todo.


Nesta quinta-feira, sexta e sábado o sol sai entre nuvens e pancadas de chuva. No Rio de Janeiro, hoje e amanhã também serão de chuva. As ondas podem chegar a 2,5 m.
Nesta terça-feira, por causa do tempo ruim, o Aeroporto Santos Dumont, 70% dos voos atrasaram. No Leme, a areia chegou ao asfalto.
Só 17 municípios têm plano de redução de riscos de tragédias naturais
Nos últimos anos, moradores de Angra dos Reis, na Costa Verde, e de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, foram vítimas de tragédias provocadas pelas chuvas de verão, que causaram deslizamentos de encostas matando centenas de pessoas.
As duas cidades integram o grupo de 75 municípios fluminenses que não têm plano municipal de redução de riscos. Em todo o país, só 344 das 5.565 cidades contam com programas e ações emergenciais para evitar tragédias como a que atingiu a Região Serrana do Rio em 2011 e matou mais de 800 pessoas.
Segundo a pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros, divulgada pelo IBGE com base em dados do ano passado, 36 municípios do estado ainda estão elaborando o plano de redução de riscos, como Angra, Niterói e Volta Redonda.


No entanto, o levamento mostra que cidades importantes como Campos, no Norte Fluminense, e Duque de Caxias, na Baixada, não possuem plano e também não estavam preparando o documento. Esta foi a primeira vez que o tema foi pesquisado pelo IBGE.
De acordo com a pesquisadora do instituto, Vânia Pacheco, o plano municipal mapeia riscos ambientais e traça ações para prevenir desastres, como obras de drenagem, recuperação de córregos, contenção de encostas e construção de diques.
“Nem todo município precisa de um plano municipal de redução de risco. Mas seria bom que todos tivessem”, afirma.
Entre os municípios com mais de 500 mil habitantes, 20 (52,6%) têm plano de redução de riscos, oito (21%) estavam fazendo o programa de ações no ano passado e 33 (86,8%) desenvolvem alguma ação preventiva.
Maternidades em falta nos municípios
O levantamento do IBGE revelou um dado preocupante para a saúde pública. Em 31 municípios fluminenses, como Duque de Caxias e Japeri, na Baixada, as gestantes precisam se deslocar para cidades vizinhas para dar à luz.
Apenas 61 dos 92 municípios do estado do Rio possuem maternidades. Outro serviço público deficiente é a coleta seletiva de lixo, que está presente em apenas 57,3% dos municípios.
Fonte: Jornal Online O Dia


todo mundo, a fumaça cobria tudo. As pessoas corriam e caíam pela rua. Parecia cenário de guerra”

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